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Obras incluídas no CD (primeira gravação integral):
Missa (MarP 01.17, V1), Te Deum (MarP 04.08, V2), Tantum ergo (MarP 04.04, V1), O quam suavis (MarP 05.11, V1)
Formato CD (Compact Disc)
Vozes Solistas Margarida Simões (soprano), Ana Ferro (meio-soprano), João Rodrigues (tenor), Jorge Martins (barítono)
Instrumentistas Sérgio Silva (órgão), Luís André Ferreira (violoncelo)
Notas António Jorge Marques e Sérgio Dias
Línguas do Livreto Português e Inglês
Edição Coro de Câmara de Lisboa, 2019
Referência CCL 007
Duração 79 min
EAN 5600618603171
Peso 150 g
Em stock.
A extensa produção religiosa de Marcos Portugal (mais de 160 obras) é sobretudo conhecida em Portugal e no Brasil; em Portugal continental algumas obras (Missa Grande [MarP 01.09*], Te Deum [MarP 04.08*] e Matinas da Conceição [MarP 03.05*]) mantiveram-se em repertório até inícios do século XX e, na Madeira, uma obra (Tantum ergo [MarP 04.04*]) sobreviveu até aos anos 50 do século XX. Neste contexto, é extraordinário que quatro obras religiosas de Marcos Portugal tenham conhecido a letra impressa em Inglaterra e França durante o século XIX. Essas quatro obras são aqui publicadas modernamente pela primeira vez em cuidadas edições críticas: 1. Missa [MarP 01.17, V1*] (1783-4, publicada parcialmente em 1822 por Vincent Novello (1781-1861)); 2. Te Deum [MarP 04.08, V2*] (1802, editado parcialmente por Novello em c. 1818 e 1822); 3. Tantum ergo [MarP 04.04, V1*] (publicado em Paris (1864) por Pierre-Louis-Philippe Dietsch (1808-1865)); e 4. O quam suavis [MarP 05.11, V1*] (publicado em Londres por Richard Butler c.1840; nenhum exemplar da publicação foi encontrado).
Destas quatro obras, o Te Deum [MarP 04.08*] composto para o baptizado do infante D. Miguel ocorrido no Palácio de Queluz a 14 de Novembro de 1802, ocupa um lugar de destaque na história da música em Portugal e Brasil. O grande número de versões (22) e exemplares (104) encontrados em 37 fundos/colecções espalhados por 7 países denunciam o seu carácter paradigmático e inusitada disseminação geográfica. Foi uma obra concebida para potenciar o elaborado espectáculo multimédia (avant la lettre) da exibição do poder real, estilo que Marcos Portugal desenvolveu ao longo da vida em Portugal e, a partir de 1811, no Brasil. Apenas saiu do repertório das igrejas na segunda década do século XX. A edição de Vincent Novello do dueto Te ergo quæsumus deu origem a mais duas edições parisienses: foi incluído numa publicação de autor eclesiástico anónimo para servir nas confrarias e paróquias da capital francesa (1837-9); vinte anos mais tarde (1857), o compositor e mestre de capela da Église de la Madeleine, Pierre-Louis-Philippe Dietsch, acrescentou-lhe as vozes de tenor e baixo, adaptou-lhe uma nova letra (O salutaris Hostia), e incluiu-o numa publicação dedicada ao repertório da dita igreja. Será, porventura, a mais internacional obra religiosa da história da música em Portugal e Brasil.
* Numeração referente às entradas do catálogo temático da obra religiosa: MarP = Portugal (António Jorge Marques, A obra religiosa de Marcos António Portugal (1762-1830): catálogo temático, crítica de fontes e de texto, proposta de cronologia, Lisboa, Biblioteca Nacional de Portugal/Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical, 2012, pp. 331-688).